terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Hidrelétrica de Balbina (AM) receberá as primeiras placas flutuantes de energia solar

O segundo sistema fotovoltaico de 5 MWp será instalado na UHE Sobradinho
Publicação: 16/12/2015 | 15:24
Última modificação: 16/12/2015 | 15:32
Crédito: Imagem ilustrativa
Já está marcado para o dia 29 de janeiro de 2016 o início da instalação do sistema complementar de geração de energia solar com placas fotovoltaicas flutuantes em reservatórios de usinas hidrelétricas.

A primeira usina a participar da experiência será Balbina (AM), que começa a receber a instalação dos equipamentos no dia 29 de janeiro de 2016. A segunda usina que participará da experiência será Sobradinho (BA), onde a instalação deverá ter início em 01/02/2016.

Cada usina contará com um sistema de painéis flutuantes com capacidade de gerar 5 MW pico, em um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que irá gerar informações para o potencial uso da tecnologia em larga escala. A experiência se dará em duas etapas: inicialmente, será instalada uma planta piloto de 1 MWp em cada uma das usinas, com conclusão prevista para o início de agosto. Em outubro de 2017 serão entregues mais duas plantas nas duas usinas, agora com capacidade de 4 MWp, completando os 10 MWp do projeto.

O encerramento da pesquisa está previsto para 30 de janeiro de 2019, após aplicação de R$ 100 milhões, custeados com recursos dos orçamentos de P&D da Eletronorte e da Chesf. Os participantes do projeto foram definidos em chamada pública, que resultou na escolha do grupo formado por  Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (FADE), Fundação de Apoio Rio Solimões (UNISOL) e pelas empresas WEG e  Sunlution. Os contratos entre representantes dos executores e das empresas foram assinados nesta terça-feira (15/12).

A pesquisa detalhará a eficiência do sistema de geração solar instalado na lâmina d’água de uma hidrelétrica. Serão avaliados em duas regiões distintas, na região amazônica e no semi-árido nordestino, o impacto da radiação solar incidente no local; a produção e transporte de energia; instalação e fixação no fundo dos reservatórios, entre outros. Será instalada uma pequena central solar em terra para avaliar eventuais influências da água na eficiência do sistema.

Os resultados ajudarão os agentes públicos e privados  do setor elétrico a avaliar em que ambientes geográficos e em que condições é conveniente a instalação dessa tecnologia, que tem a vantagem de aproveitar infraestrutura já existente de transformadores e de linhas de transmissão, e de dispensar a necessidade de aquisição ou aluguel de terras e licenciamentos ambientais, entre outras. Os resultados também poderão ajudar o setor privado na instalação da tecnologia em projetos de geração distribuída rurais, destinados, por exemplo, a bombeamento de água para irrigação.

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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Aneel aprova texto sobre microgeração e minigeração distribuída de energia

  http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=8955&id_area=90

 A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 24, a Resolução Normativa 482/2012, que vai facilitar e estimular a microgeração e minigeração distribuída de energia no Brasil. O texto aprovado inclui, por exemplo, os conceitos de "autoconsumo remoto" e "geração compartilhada", os quais permitem que um gerador possa usufruir de créditos em outra unidade consumidora ou que consórcios possam ser constituídos, distante de seus locais de consumo, e possam definir o porcentual da energia destinada a cada unidade consumidora que compõe esses consórcios.
"Essa é a decisão que colocará o Brasil na vanguarda da geração distribuída em termos mundiais e representa um fator importante para atrair investimentos para o Brasil, inclusive fabricantes de equipamentos", analisa o diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar), Rodrigo Sauaia. "Com a nova regra, é possível atingirmos mais de um milhão de sistemas fotovoltaicos instalados até 2025", projeta.
De acordo com o especialista, o Brasil possui neste momento aproximadamente 1.300 sistemas operando, sendo quase a totalidade oriunda do aproveitamento dos raios solares. Para que o número seja multiplicado em quase 1.000 vezes no decorrer dos próximos dez anos, será fundamental não apenas a regulação favorável à geração distribuída, mas também a instalação de fabricantes no Brasil e a existência de opções de financiamento.
"Também estamos solicitando aos governos a redução da carga tributária", afirmou Sauaia. Além do fim da incidência do PIS/Cofins, conquistada no âmbito federal, a ABSolar também pleiteia a desoneração de ICMS, um compromisso já assumido por dez Estados, entre eles São Paulo e Bahia. "Os Estados que assinaram o convênio (contra a cobrança do ICMS) respondem por mais de 50% da população brasileira", complementou. Juntos, ICMS e PIS/Cofins representam 40% do custo da energia.
O texto aprovado pela Aneel permite, por exemplo, que propriedades contíguas, termo que caracteriza condomínios residenciais, comerciais e industriais, possam instalar sistemas de micro e minigeração distribuída e serem beneficiados por um modelo compartilhado. "É possível, portanto, que os condôminos instalem um sistema de micro ou minigeração distribuída no condomínio e utilizem os créditos para diminuir a fatura de suas unidades consumidoras. Esses créditos poderão ser divididos em porcentagens previamente acordadas", explica o relatório da Aneel votado nesta terça-feira, 24.
Na prática, o aval ao autoconsumo remoto e à geração compartilhada ampliam a flexibilidade por parte dos geradores, em termos geográficos, e reduzem o custo, uma vez que um único sistema poderia ser usufruído por diferentes unidades consumidoras.
Outro aspecto importante, destaca Sauaia, está relacionado à simplificação e padronização dos formulários que deverão ser preenchidos pelos interessados. Além disso, até o início de 2017, as distribuidoras de energia serão obrigadas a instalar sistemas eletrônicos que permitam ao consumidor o envio da solicitação de acesso ao sistema de distribuição.

 
http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/919725/?noticia=ANEEL+APROVA+TEXTO+SOBRE+MICROGERACAO+E+MINIGERACAO+DISTRIBUIDA+DE+ENERGIA

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Comissão aprova relatório da MP que compensa hidrelétricas por déficit de energia

04/11/2015 - 17h56


Governo tem pressa para aprovar a medida provisória, mas o texto ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado
Foi aprovado nesta quarta-feira (4) o relatório do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) sobre a Medida Provisória (MP) 688/2015, que trata da repactuação do risco hidrológico de geração elétrica. A proposta foi aprovada com voto contrário da oposição, apesar do relator ter incorporado ao texto as sugestões do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) em busca de acordo para votação.
A MP 688/15 foi editada para compensar o déficit na geração das usinas hidrelétricas em razão da escassez de chuvas dos últimos anos. Entre seus principais objetivos, estão permitir que o risco hidrológico seja repassado para o consumidor.
Pelo texto, as geradoras podem escolher se querem assumir um risco pela energia contratada a partir de 2016. Uma parte desse risco será coberta por um prêmio pago pelos geradores aos distribuidores, como um seguro, que será utilizado para reduzir a tarifa, por meio de repasses da conta de bandeiras tarifárias, cobradas dos consumidores. A outra parte será coberta por investimentos em nova capacidade para as usinas.
Emendas
O relator modificou o texto da MP, transformando-o em um projeto de lei de conversão. Eunício Oliveira acatou 18 das 76 emendas apresentadas, após acordo com o Ministério de Minas e Energia. Uma delas permite que, em caso de atraso na entrada em operação de empreendimentos de geração e transmissão por conta de eventos externos, com excludente de responsabilidade dos concessionários, o prazo dessas concessões poderá ser prorrogado por um período idêntico. Em outra, feita a pedido do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), foram incluídas as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no rol de empreendimentos atendidos pela repactuação do risco hidrológico.
Leilão
O governo tem pressa para ver aprovado o texto, que agora precisa da confirmação dos plenários da Câmara e do Senado. O Ministério de Minas e Energia espera que a medida provisória seja aprovada antes de 25 de novembro, nova data do leilão de 29 usinas hidrelétricas cujas concessões serão refeitas. A previsão anterior era de que os leilões ocorressem no dia 6 de novembro.
Caso tenha sucesso no leilão, o governo federal espera arrecadar R$ 11 bilhões à vista este ano e R$ 6 bilhões restantes no primeiro semestre de 2016 com as concessões. O governo assegurou, no entanto, que a mudança não vai ser cobrada nas contas de luz deste ano.
“Todo mundo reconhece que o modelo do leilão está errado. Essa MP é a mais perversa das iniciativas do governo contra o consumidor”, criticou Aleluia, acrescentando que o objetivo do governo é pegar com o consumidor recursos para “cobrir o furo do Orçamento da União”.
Saiba mais sobre a tramitação das MPs.

Íntegra da proposta:

Da Redação - LC
Com informações da Agência Senado

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Geração distribuída supera 1000 conexões no Brasil

Geração distribuída supera 1000 conexões no Brasil

          A geração distribuída superou em outubro a marca de 1000 adesões de consumidores. Ao todo, são 1125 conexões no País que representam potência instalada de 13,1 megawatts (MW). A fonte mais utilizada pelos consumidores é a solar com 1074 adesões, seguida da eólica com 30 instalações. Veja gráfico que apresenta o número de conexões por fonte e tabela que apresenta a potência instalada desses geradores em quilowatts (kW). Atualmente, o estado que possui mais micro e minigeradores é Minas Gerais com 213 conexões, seguido de Rio de Janeiro com 110 e Rio Grande do Sul com 109. Veja aqui. A Resolução Normativa nº 482/2012 é a regra que estabelece as condições gerais para o acesso de micro e minigeração aos sistemas de distribuição de energia elétrica e cria o sistema de compensação de energia elétrica, que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local. A regra é válida para geradores que utilizem fontes incentivadas de energia (solar, eólica, biomassa, hídrica e cogeração qualificada).
Pelo sistema, a unidade geradora instalada em uma residência, por exemplo, produzirá energia e o que não for consumido na própria residência será injetado no sistema da distribuidora, gerando créditos que serão utilizados para diminuir o valor da fatura de energia elétrica e para abater o consumo dos meses subsequentes. Os créditos poderão ser utilizados em um prazo de 36 meses e as informações estarão na fatura do consumidor, a fim de que ele saiba o saldo de energia e tenha o controle sobre a sua fatura.
A geração de energia elétrica próxima ao local de consumo, chamada de “geração distribuída”, traz uma série de vantagens sobre a geração centralizada tradicional, como, por exemplo, economia dos investimentos em transmissão, redução das perdas nas redes e melhoria da qualidade do serviço de energia elétrica.
Para celebrar a marca de mais de mil adesões e verificar os benefícios da norma, a Agência entrevistou o consumidor José Luiz Rocha de Belo Horizonte (MG) que falou de sua experiência com a instalação da geração distribuída pela fonte solar. Confira abaixo a entrevista.
ANEEL – Como o senhor ficou sabendo da possibilidade de gerar sua própria energia?
Consumidor José Luiz Rocha – Há quatro anos quando instalei o aquecimento solar em casa, eu já sabia que existia a geração de energia fotovoltaica, mas achava o custo muito elevado, inacessível. Agora, com a crise de energia, resolvi procurar mais informações a respeito, e foi por meio da internet que busquei todos os dados necessários para instalação das placas para geração de energia solar.
ANEEL – Porque escolheu essa fonte de geração de energia?
Consumidor José Luiz Rocha – Eu escolhi essa fonte de geração por ser uma energia considerada limpa e pelo sucesso do aquecedor solar.
ANEEL – Qual foi a sua principal motivação para instalar geração distribuída?
Consumidor José Luiz Rocha – A principal motivação foi a crise energética que o País tem atravessado com a falta de chuvas. O Governo passou a usar as termelétricas para geração de energia com aumento dos custos e da poluição. Isso me fez procurar a energia fotovoltaica para baixar meu próprio custo e também contribuir minimamente com a redução do uso de energia pela concessionária.
ANEEL –Em média, de quanto foi a redução da sua conta de energia após a instalação?
Consumidor José Luiz Rocha – A minha conta de luz caiu de 400 para 80 reais, cerca de 75 a 80% de economia. Além disso, o sistema tem uma previsão de cobrir os custos de instalação em 6 a 8 anos, e tem uma vida útil de cerca de 30 anos. Então o sistema vai se pagar e gerar uma economia real.
ANEEL – Está satisfeito por ter instalado geração distribuída? Quais são os benefícios desse tipo de geração?
Sim, estou muito satisfeito. Primeiro pela economia que já se mostrou na conta de luz e por saber que estou dando a minha contribuição, gerando a minha própria energia de consumo. Além disso, procuro economizar, trocamos as lâmpadas fluorescentes por LED, desligamos as lâmpadas e aparelhos dos cômodos que não tem ninguém. Com a geração da própria energia solar fico feliz em poder usufruir desse conforto (aparelhos eletrônicos, ar condicionado, geladeira, forno, etc.) sem impactar o sistema energético do país e o ambiente.
ANEEL – Como avalia a iniciativa da ANEEL de aprovar esse regulamento?
A regulamentação foi fundamental, pois sem ela não seria possível a implantação do sistema. Mas também é importante o incentivo através de redução e isenção de impostos, como ICMS, e da abertura de linhas de financiamentos para que o acesso à compra dos equipamentos seja possível. A divulgação do sistema também é uma forma importante de mostrar alternativas para a geração de energia limpa.
Revisão da norma
Com o objetivo de aumentar a adesão dos consumidores, a Resolução Normativa nº 482/2012 está passando por revisão este ano. Os objetivos principais da revisão do regulamento são: reduzir as barreiras ainda existentes à conexão dos micro e minigeradores à rede das distribuidoras; compatibilizar as regras do sistema de compensação de energia elétrica com as Condições Gerais de Fornecimento; aumentar o público alvo e realizar aperfeiçoamentos na regra.
Seguem as mudanças propostas na tabela abaixo:
ü  Ampliar as fontes de energia participantes do sistema de compensação: fontes renováveis e cogeração qualificada.
ü  Redefinição dos limites de potência para microgeração (75 kW) e minigeração (3MW – hidráulica e 5 MW- outras fontes)
ü  Permitir que consumidores localizados em áreas contíguas (ex: condomínios residenciais e comerciais) possam participar do sistema de compensação
ü  Melhorar as informações constantes das faturas de energia para os consumidores, de forma a melhorar o entendimento sobre o sistema de compensação
ü  Não cobrar o custo de adequação da medição
ü  Corrigir distorções no faturamento
ü  Padronizar e simplificar as informações e documentos que o consumidor deve apresentar à distribuidora para solicitar o acesso da micro ou minigeração
ü  Reduzir o tempo e o custo do consumidor para se conectar a micro ou minigeração
A expectativa é que a Revisão da norma seja deliberada ainda este ano, de acordo com a Agenda Regulatória da ANEEL.
Mais informações sobre micro e minigeração podem ser acessadas na página eletrônica da ANEEL (www.aneel.gov.br) em informações técnicas – distribuição de energia elétrica – geração distribuída. (DB/JS)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Economia e Emprego - Energia alternativa

Economia e Emprego

BNDES libera R$ 1,3 bilhão para usinas eólicas no Piauí

Energia alternativa

Potencial total de geração de energia nas três usinas é de 436,7 MW; obras devem criar mil empregos diretos e 2,3 mil indiretos no estado
publicado: 14/10/2015 18h54 última modificação: 14/10/2015 18h54
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou três financiamentos, no valor total de R$ 1,3 bilhão, para os complexos eólicos Chapada do Piauí 1, 2 e 3, cujo potencial total de geração é de 436,7 megawatts (MW).
As obras devem criar mil empregos diretos e 2,3 mil indiretos no estado. Na fase de operação serão, respectivamente, 170 empregos diretos e 230 indiretos. Também vão gerar renda adicional aos proprietários rurais da região que arrendaram parte de suas fazendas para a instalação das unidades.
Os 247 aerogeradores a serem usados nos projetos atendem a política do BNDES de índice de nacionalização. Isso implica dizer que a maior parte de seus componentes são fabricados no País, gerando empregos no Brasil.
Além disso, as empresas contrataram com o Banco R$ 9,1 milhões para investimentos sociais no entorno dos projetos. Por orientação dos técnicos do BNDES, os projetos devem ser nos eixos de educação, abastecimento e saneamento.

Financiamentos
O maior financiamento aprovado pelo Banco foi de R$ 575 milhões para o projeto do Complexo Eólico Chapada do Piauí II. Seus seis parques eólicos devem gerar 172,4 MW. Suas obras devem criar 450 empregos diretos e 800 indiretos. A operação deve criar 30 vagas diretas e 60 indiretas.
Primeiro dos três projetos a ter financiamento aprovado e segundo em volume de recursos, o Complexo Eólico Chapada do Piauí I terá apoio de R$ 555 milhões do BNDES para instalar sete parques eólicos com 115 aerogeradores e potencial de 205,1 MW.
O complexo Chapada do Piauí III recebeu R$ 170 milhões. Os recursos serão usados na implantação de dois parques eólicos com capacidade de gerar 59,2 MW nos munícipios de Marcolândia e Caldeirão Grande do Piauí, na chapada do Araripe, região do Alto Médio Canindé.

Potencial
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), o País tem 298 usinas instaladas com capacidade de gerar 7,5 GW. Elas reduziriam as emissões de CO2 em 13,2 milhões de toneladas por ano. Em breve, devem ser acrescentados mais 10,6 GW.
Fonte: BNDES

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Lançada frente parlamentar mista em defesa das energias renováveis

14/10/2015 - 19h20

Frente contará com 233 parlamentares e entidades do setor elétrico e industrial e visa fomentar políticas de desenvolvimento das energias de fontes renováveis complementares
Divulgação - Vanessa d·Oliviêr
Deputado Beto Rosado (PP-RN) e senadora Ana Amélia (PP-RS) inauguração da frente de energia renovável
Além de parlamentares, o lançamento contou com a participação das entidades do setor que representam geração eólica, solar, pequenas centrais hidrelétricas, produtores independentes, entre outros.
A Frente Parlamentar Mista de Energia Renovável foi lançada, nesta quarta-feira (14), na Câmara dos Deputados. Composta por 220 deputados federais e 13 senadores, a frente conta com a participação das entidades do setor que representam geração eólica (Abeeólica), solar (Absolar), pequenas centrais hidrelétricas (Abragel), além de produtores independentes de energia (Apine), autoprodutores (Abiape), biomassa (Única) e representantes da indústria (Abimaq e Abrava).
Segundo o deputado Beto Rosado (PP-RN), que preside a frente, o colegiado vai trabalhar para que o governo adote um programa mais agressivo de pesquisa e inovação tecnológica, pela desoneração de tributos das cadeias produtivas, para melhorar os sistemas de transmissão e escalonar os leilões de energia, estabilizando o mercado de fornecedores de insumos.
Divulgação - Vanessa d·Oliviêr
Deputado Beto Rosado (PP-RN) e senadora Ana Amélia (PP-RS) na inauguração da Frente Parlamentar de Energia Renovável
Rosado defendeu a atualização do atlas de ventos e a retomada do financiamento do setor de energias renováveis pelo Fundo do Desenvolvimento do Nordeste.
Ele também defendeu a atualização do atlas de ventos, a retomada do financiamento do setor de energias renováveis pelo Fundo do Desenvolvimento do Nordeste, por meio da Sudene, e mais incentivos para o crescimento do mercado livre, oferecendo condições de financiamento semelhantes aos das compras governamentais.
Para a senadora Ana Amélia (PP-RS), que será a vice-presidente da frente, o colegiado terá um papel decisivo na tramitação de propostas voltadas para o setor em tramitação no Congresso. “Nosso trabalho será o de continuar implementando as políticas definidas pelo ministério de Minas e Energia e do setor público, por meio de iniciativas da Câmara e do Senado, para que os resultados sejam em beneficio de um maior crescimento do País e do seu desenvolvimento sustentável, aproveitando do ambiente aquilo que ele tem de melhor a favor da população.”
Eólica
A presidente da Associação brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Gannoum, revelou que, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), na última segunda-feira (12) a fonte eólica atingiu 46% da carga do sistema Nordeste, com fator de capacidade de 84%, e atendendo em 7% o sistema interligado nacional. “Isso demonstra que se nesse momento o Nordeste não contasse com a fonte eólica, estaria em racionamento”, observa Élbia.
Já a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) destacou que a energia eólica é imprescindível para a promoção do desenvolvimento social e econômico com sustentabilidade do País.
PCHs
O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, destacou o tralho desenvolvido a partir da frente parlamentar de apoio às Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) Essas usinas geram energia elétrica a partir do aproveitamento do potencial hidráulico com capacidade instalada superior a 1 MW e inferior ou igual a 30 MW, além de reservatório em área menor que 13 km².
Leinzi assinalou que o setor tem conseguido reinserir a PCH dentro do contexto da expansão das fontes renováveis no País. Ele observou a importância da complementariedade das energias renováveis. “Essas fontes não devem competir entre si.”
Para o dirigente, o “sucesso de uma fonte, seja eólica, solar, da biomassa ou da PCH depende, naturalmente, das outras fontes, pois elas são complementares. Nenhuma consegue resolver o problema de geração de energia de forma isolada. Precisamos ter esse conceito de diversidade e investir em todas as fontes”.
O deputado Pedro Uczai (PT-SC), que preside a Frente Parlamentar de Apoio às Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Microgeração, afirmou a nova frente ajudará nas medidas necessárias para que o Brasil permaneça como referência mundial de produção de energia renovável. “Vamos fazer do vento, do sol, da água e da biomassa boas alternativas econômicas, sociais e ambientais”.
Produção independente de energia
Para o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Marcelo Moraes, a frente parlamentar deve ajudar a conduzir os anseios e necessidades das entidades e dos empreendedores. “A Abiape é formada por grandes grupos industriais que investem em energia para consumo próprio, com investimento próprio. São 10 empresas responsáveis por 20% do consumo brasileiro de energia e produzem 10% da energia do País, ou seja, produzem 50% do que consomem. É um segmento que sempre quis investir em energias renováveis, principalmente eólica, mas a legislação ainda não permite, em virtude de algumas dificuldades ou falta de isonomia em relação a outros agentes.”
Moraes lembrou ainda das dificuldades de licenciamento ambiental para as renováveis. “Uma térmica é licenciada hoje em até seis meses, mas o licenciamento de uma PCH leva em média de quatro a cinco anos. Essa casa pode ajudar a resolver esse problema”, finalizou.
Solar
O vice-presidente da Absolar, Guilherme Syrkis, observou que o setor de energia solar tem crescido nos últimos três anos. “De três anos pra cá, um projeto se pagava em 12 anos, hoje este tempo caiu para três anos. O que melhorou significativamente a competitividade e a viabilização da fonte”, comemorou, lembrando ainda, a recente desoneração de Pis/Cofins da indústria solar e sete estados que aderiram à redução de ICMS.
Já o deputado Jose´ Stedile (PSB-RS) afirmou que, considerando o potencial de exploração de energias renováveis, o Brasil enfrenta cerca de 20 anos de atraso, em comparação a outros países. "A Alemanha está mais adiantada em geração solar, enquanto que o nosso potencial para esta fonte é melhor”.
O deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) destacou a capacidade de diversas propriedades rurais de pequeno, médio e grande porte, e observou a necessidade de que estas possam ter uma torre armazenando, produzindo energia eólica e solar. Além disso, Heinze criticou a tributação das fontes. “Hoje temos a energia mais cara do mundo, não podemos admitir que toda diversidade e o potencial que nós temos, seja prejudicado por tantos tributos federais e estaduais”.


domingo, 11 de outubro de 2015

Inovadora turbina eólica não precisa de hélices




                   Ela faz uso da maior inimiga de engenheiros e arquitetos, a vorticidade
                          

© Fornecido por eCycle
Uma empresa espanhola chamada Vortex Bladeless propõe uma nova maneira de gera energia eólica diferente da convencional. Trata-se do Vortex, uma turbina eólica sem pás (ou hélices) parecida com um "canudo gigante" que veio, segundo seus criadores, para mudar o mundo da energia renovável.
A ideia surgiu depois que David Suriol acompanhou um vídeo da Tacoma Narrows Bridge oscilando com a força do vento.
A aparência pode enganar, mas mesmo sem as hélices o Vortex consegue transformar brisas de ar em energia, mas de maneira diferente. Em vez de usar o movimento circular que as pás fazem, a nova turbina utiliza a chamada vorticidade, um efeito aerodinâmico que produz o padrão de vórtices giratórios. A vorticidade tem sido considerada a maior inimiga dos arquitetos e engenheiros, que tentam ao máximo trabalhar ao redor desses turbilhões de vento em certos tipos de construções. No entanto, os fundadores da Vortex Bladeless, David Suriol, David Yáñez, e Raul Martín, viram nisso uma oportunidade.
O formato do Vortex foi desenvolvido para garantir que os ventos giratórios percorram, em sincronia, toda a expansão do masto, de modo a obter uma boa performance.
Seu protótipo atual é feito de fibra de vidro e fibra de carbono, que permite que ele vibre o máximo possível. Na base do cone, foram colocados dois imãs repelentes, que agem como um motor não elétrico. Quando o cone oscila para um lado, os imãs o puxam para outra direção, como um pequeno impulso no seu movimento sem precisar contar com a velocidade do vento. Essa energia cinética é então convertida em eletricidade por um alternador que multiplica a frequência da oscilação do masto para melhorar a eficiência da obtenção de energia.
Os criadores se orgulham do fato da turbina não precisar de engrenagens, parafusos ou peças mecânicas, já que isso diminui o preço de produção e manutenção da turbina. Segundo eles, a versão mini de 12 metros pode capturar 40% da energia do vento em condições ideais (41 km/h). Baseando-se em testes em campo, o mini captura 30% menos do que as turbinas eólicas tradicionais, mas é compensado pelo seu tamanho, ou seja, você pode colocar o dobro de turbinas Vortex mini no mesmo lugar de uma turbina tradicional. De acordo com a empresa, a turbina custaria 51% menos que as turbinas tradicionais, cujos maiores custos vem das pás e sistemas de suporte.
O novo modelo também é silencioso e mais seguro para os pássaros. Com as turbinas tradicionais, milhares de animais acabam morrendo anualmente em todo o mundo.
A empresa já conseguiu arrecadar um milhão de dólares de capital privado e de financiamento do governo. A tecnologia ainda tem que avançar muito para poder chegar ao consumidor. No entanto, eles dizem que sua versão mini pode estar pronta em 2016. Segundo a Wired, Suriol diz que não há nada de errado com as turbinas tradicionais, até garante que são ótimas máquinas, mas que eles estão apenas propondo uma maneira nova e diferente de se obter energia eólica.
Fonte: Wired
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